segunda-feira, 26 de março de 2012

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TRABALHO DE HIDROTERAPIA EM ORTOPEDIA - 20/03/2012




APLICABILIDADE TERAPÊUTICA DOS PRINCÍPIOS FÍSICOS DA ÁGUA

RESUMO

A hidroterapia é um dos recursos mais antigos da fisioterapia, sendo definida como o uso externo da água com propósitos terapêuticos, que utiliza os efeitos físicos, fisiológicos e cinesiológicos, advindos da imersão do corpo em piscina, como recurso auxiliar da reabilitação, ou na prevenção de alterações funcionais. Assim, o trabalho justifica-se pela necessidade de ensaios clínicos publicados que colaborem com a fundamentação teórica da prática
fisioterapêutica em meio aquático, no tocante aos seus efeitos e princípios. Trata-se de um estudo teórico e descritivo, baseado na análise da literatura mundial sobre os princípios físicos da água e suas intervenções sobre o corpo imerso. Para tanto, os dados desse trabalho foram colhidos através de extensa revisão na literatura atual sobre Hidroterapia e seus princípios, buscando em artigos e publicações disponíveis em periódicos e em sites credenciados pelo portal CAPES. Pôde-se observar a influência da ação física da água sobre um corpo imerso em repouso e em movimento, fornecendo subsídios suficientes para o estabelecimento de objetivos fisioterapêuticos e um plano de tratamento adequado para cada paciente.
Palavras-chaves: Princípios físicos, Hidroterapia, Efeitos da imersão.

INTRODUÇÃO

A utilização da água com finalidades terapêuticas consiste em uma prática antiga das civilizações, e que, através de novas técnicas, mantém-se em constante redescoberta. A aplicação desse elemento pode ocorrer na Hidroterapia em seus três estados físicos e parte ou todo o corpo poderá ser tratado. A imersão do corpo em meio líquido tornou-se a técnica mais abrangente, proporcionando benefícios terapêuticos amplos; tantos físicos quanto psicológicos.
Tais efeitos podem ser justificados pelas influências fisiológicas resultantes das propriedades físicas da água durante a imersão em piscina terapêutica (BIASOLI, 2006).

A autora acima (2006) afirma que uso da água para obtenção da cura vem sendo descrito desde a civilização grega (500 a.C.), com escolas de medicina criadas próximo às fontes para aplicação de técnicas aquáticas e sua utilização em tratamentos físicos específicos. Antes de uso exclusivo de atletas romanos, os banhos tornaram-se posteriormente centros para a saúde, higiene, repouso e atividades intelectuais, recreativas e de exercícios, de acesso
coletivo. Em meados de 330 d.C., a principal finalidade dos banhos romanos era curar e tratar doenças reumáticas, paralisias e lesões. Considerado na Idade média como ato pagão, o uso das forças físicas e os banhos sofreram um declínio, o qual persistiu até o século XV, quando ocorreu um ligeiro ressurgimento.

A hidroterapia é um dos recursos mais antigos da fisioterapia, sendo definida como o uso externo da água com propósitos terapêuticos (CAROMANO, 2002). Quando relacionado a programas de exercícios, o ambiente aquático apresenta inúmeras vantagens comparadas ao solo. Grande parte delas é mediada pelos efeitos fisiológicos do meio, advindos principalmente dos efeitos físicos da água (CAROMANO, 2007).

Segundo Candeloro e Caromano (2006) este é um recurso fisioterapêutico que utiliza os efeitos físicos, fisiológicos e cinesiológicos, advindos da imersão do corpo em piscina, como recurso auxiliar da reabilitação, ou na prevenção de alterações funcionais.
As autoras acima (2006) afirmam que as forças físicas da água agindo sobre um organismo imerso, provocam alterações fisiológicas extensas, afetando quase todos os sistemas do organismo. Os efeitos fisiológicos podem somar-se aos desencadeados pela prática de exercício físico na água, tornando as resposta mais complexas. Certamente estas respostas e seus efeitos terapêuticos em um organismo sadio, são diferentes das que ocorrem num corpo doente.
Assim, o presente trabalho tem por objetivo descrever sobre os princípios físicos da água e suas aplicabilidades terapêuticas dentro da área de atuação da Hidroterapia, sendo justificado pela escassez de discussões e publicação em relação à temática escolhida, colaborando com a fundamentação da prática fisioterapêutica em meio aquático.

METODOLOGIA
O referido estudo trata-se de uma pesquisa descritiva, com base em revisão literária com análise de conteúdo, correlacionando a definição conceitual e a aplicabilidade terapêutica dos princípios físicos da água que norteiam a hidroterapia como recurso próprio da Fisioterapia. Os dados desse trabalho foram colhidos através de extensa revisão na literatura atual sobre Hidroterapia, buscando em artigos, publicações disponíveis em periódicos e em sites
credenciados pelo portal CAPES. Os dados coletados foram armazenados e agrupados para posterior análise e dissertação, a partir de seleção cuidadosa e interpretação minuciosa dos mesmos.

OS PRINCÍPIOS FÍSICOS DA ÁGUA
De acordo com Candeloro (2002), a hidroterapia é um dos recursos mais antigos da fisioterapia, sendo definida como o uso externo da água com propósitos terapêuticos. A hidrostática, hidrodinâmica e termodinâmica são áreas da física que fundamentam a hidroterapia. As forças físicas da água que agem sobre um organismo imerso, provocam  alterações fisiológicas extensas, afetando quase todos os sistemas do organismo. Os efeitos fisiológicos podem somar-se aos desencadeados pela prática de exercício físico na água, tornando as resposta mais complexas (MORRIS et al, 2000).

Os princípios hídricos podem ser divididos em hidrostática e hidrodinâmica, que estudam o comportamento dos líquidos em repouso e em movimento, sucessivamente. As principais propriedades físicas da água de maior alcance clínico sobre o corpo imerso são: densidade, empuxo, pressão hidrostática, turbulência, viscosidade, tensão superficial e refração (FINHOLDT, 2007).

A densidade é a relação entre a massa e o volume do corpo imerso. Determina a capacidade que o mesmo possui de flutuar ou submergir ao comparar a sua densidade com a da água. A densidade da água é igual a 1, já a de um corpo humano é de 0,93, por isso ele flutua. No caso do organismo humano, a densidade relativa varia com a composição corporal, de maneira que pessoas com maior quantidade de gordura flutuam com maior facilidade
(CHÃO, 2004).

O autor acima (2004) afirma que o empuxo ou flutuação é uma força de sentido contrário à gravidade, confere ao corpo imerso um efeito de sustentação. Contrapõe-se ao acúmulo venoso nos membros inferiores, auxiliando na redução de edemas e facilitando a circulação venolinfática. A principal vantagem do empuxo é a redução do peso suporte.

A pressão exercida pelo líquido sobre o corpo submerso é denominada como pressão hidrostática (Lei de Pascal). Segundo Morris (2000), quanto maior a profundidade em que o corpo se encontra, maior será a pressão exercida sobre ele. Em um indivíduo que esteja em pé, a pressão hidrostática será maior na região de maior profundidade, ou seja, os pés. Se o objeto estiver em repouso, como em um relaxamento, a pressão exercida em todos os planos
será igual, porém se o mesmo estiver em movimento juntamente com a água, a pressão apresenta-se reduzida, com um afundamento parcial provocado pelo empuxo. Esta propriedade permite a melhora da condição respiratória dos pacientes imersos, uma vez que existe uma resistência à expansão torácica, assim como o aumento do débito cardíaco e da diurese.

A turbulência consiste no fluxo irregular das moléculas de água, está relacionado com a pressão e a velocidade através de um fluxo de corrente. Quanto maior a velocidade do movimento maior a turbulência. Aplicada em outras técnicas, a turbulência pode funcionar como uma massagem profunda, provocando a pressão e o alongamento dos tecidos tensos, bem como da estimulação dos mecanorreceptores levando ao alívio da dor (CANDELORO,
2002).
A viscosidade ou resistência do fluido é outra propriedade resultante da fricção entre as moléculas do fluido, que tendem a aderir-se à superfície do corpo que se move através dele, causando resistência ao seu movimento. O aumento da temperatura reduz a viscosidade do líquido, logo piscinas aquecidas apresentam menor viscosidade que piscinas frias. A refração é a deflexão de um raio ao passar de um meio menos denso a um mais denso ou vice-versa
(CHÃO 2004).

De acordo com Chão (2004), os efeitos físicos da água são mecânicos e térmicos, e a combinação destes aos efeitos do exercício em imersão resulta nas respostas fisiológicas da imersão na água. Os efeitos térmicos da água permitem a troca de calor com o corpo imerso por duas vias: condução e convecção. A primeira ocorre pelo movimento normal de energia do corpo mais quente em direção ao mais frio, enquanto a segunda consiste na perda que ocorre
pelo movimento da água contra o corpo, mesmo em temperaturas idênticas. Os efeitos variam com a duração do exercício, seu tipo, progressão e intensidade, temperatura da água, postura adotada, e patologia do paciente.

RESULTADOS
No sistema cardiovascular observa-se, como conseqüência da pressão hidrostática, o deslocamento de aproximadamente 700 ml de volume sanguíneo dos membros inferiores para a região do tórax e coração. Há um aumento de 60% do volume central e redistribuição dos fluidos extravasculares para o espaço vascular, que caracteriza uma hipervolemia central. O retorno venoso proporcionado ocorre quando o nível da água está acima do processo xifóide.
O aumento no débito cardíaco é proporcional à temperatura, e ocorre principalmente pelo aumento no volume sistólico, já que a freqüência cardíaca quase não se altera. A freqüência cardíaca altera-se proporcionalmente à intensidade do exercício e temperatura da água,
permanecendo, porém menor que nos exercícios realizados no solo (BECKER; COLE 2000).

A pressão hidrostática auxilia na diminuição da descarga de peso sobre os membros inferiores,
na resolução de edemas e pode servir como exercício respiratório em algumas doenças
respiratórias (CAROMANO, 2002).
No sistema respiratório as alterações são originadas pela compressão da caixa torácica
e abdome. A pressão intratorácica aumenta e há o deslocamento do diafragma cranialmente.
Tais alterações elevam o trabalho respiratório em até 65%, proporcionando uma melhora na
capacidade aeróbica e trocas gasosas mais efetivas (BECKER; COLE 2000).
Os exercícios no meio aquático estimulam o metabolismo e o relaxamento da
musculatura esquelética. Os resultados incluem a redução do espasmo e da fadiga muscular,
analgesia, facilitação do alongamento, melhora da amplitude de movimento, do
condicionamento físico e da força muscular, assim como uma recuperação das lesões
(BIASOLI, 2006).

Os efeitos predominantes nos sistema nervoso são a sensação de relaxamento e a
influência sobre a percepção da dor. Terminações nervosas são afetadas, incluindo receptores
de temperatura, tato e pressão; e a exposição prolongada é capaz de diminuir a sensibilidade e
condução da fibra nervosa lenta. A modulação álgica aumenta com a temperatura e a
turbulência da água.

A imersão afeta os sistemas reguladores renais de acordo com a pressão hidrostática,
proporcionando aumento da diurese, da natriurese e da potassiurese. A ação do peptídeo
natriurético atrial (PNA) associada à inibição do hormônio antidiurético (ADH), da aldosterona e
do sistema renina-angiotensina ocasionará um aumento do volume do sangue central, do
retorno venoso e débito cardíaco. O fluxo de sangue para os rins aumenta e se eleva o
transporte de sódio tubular. A pressão renal venosa aumenta levando à maior excreção de
sódio em indivíduos com o sódio corporal total normal. Essa excreção é acompanhada por
água livre, criando parte do efeito diurético da imersão, sendo este um efeito de contraindicação
para paciente com incontinência. (FINHOLDT, 2007)

Alguns estudos relatam a ação da aplicação do calor úmido no sistema imunológico,
no qual este poderia penetrar até 3,4 cm, atingindo inclusive camadas musculares superficiais.
Promove o aumento do número de leucócitos, além da melhora das condições tróficas, levando
a um quadro geral mais saudável do paciente (BIASOLI, 2006).
A maioria das alterações fisiológicas relacionam-se à temperatura da água, cujo valor
ideal não é unânime entre os diversos autores, mas de forma geral varia entre 33ºC a 39ºC.
Numa temperatura de 34ºC, há a estimulação da circulação arterial periférica, que melhora
quando associada aos exercícios terapêuticos. A 25º C, a freqüência cardíaca cai
aproximadamente 20% enquanto em temperatura termoneutra essa queda é menor que 15%.
Em temperaturas quentes a freqüência cardíaca eleva-se, contribuindo para o principal
aumento no débito cardíaco em temperaturas altas (FINHOLDT, 2007).
A realização de exercícios vigorosos em água aquecida (35°C) resulta em aumento da
temperatura central para 39°C e fadiga prematura. O exercício vigoroso em água fria (18°C)
resulta em diminuição da temperatura corporal central para aproximadamente 36°C, associada
com a inabilidade de realizar contração muscular. Um corpo imerso numa massa de água
torna-se um sistema dinâmico. Se a temperatura da água exceder a temperatura do corpo
submerso, o sistema equilibra-se. Se a temperatura da água exceder a temperatura do corpo, o
corpo submerso aquece-se através de transferência de energia calórica da água para o corpo
(CAROMANO, 2002).
Além de todos os benefícios fisiológicos do meio aquático, as atividades realizadas
neste ambiente por si só, oferecem um momento de lazer e descontração, que promove a
interação social e o bem estar psíquico aos seus adeptos. Seus efeitos nos sistemas corporais
têm sido aproveitados no processo de reabilitação das mais diversas áreas, entre elas:
ortopedia, neurologia, pediatria e gineco-obstetrícia.


CONCLUSÃO
Todos os princípios físicos são clinicamente úteis, sem modificação adicional, embora
possam ser ampliados para uma variedade de situações clínicas, mediante equipamentos
adicionais. De forma geral, a densidade pode ser alterada para facilitar ou resistir movimentos e
auxiliar na sustentação e flutuação do corpo. A força de flutuação também pode auxiliar a
atingir os objetivos acima, além de poder auxiliar em técnicas de mudança de decúbito e
facilitar o deslocamento de todo corpo, como por exemplo, durante a marcha. A pressão
hidrostática auxilia na diminuição da descarga de peso sobre os membros inferiores, na
UFPB-PRG XI Encontro de Iniciação à Docência
resolução de edemas e pode servir como exercício respiratório em algumas doenças
respiratórias. A viscosidade provoca resistência ao deslocamento (CAROMANO, 2002).
A autora acima (2002) afirma que a variação no ambiente aquático, como a produção
de turbulência, cria um meio interessante para o trabalho do equilíbrio estático e dinâmico. O
fluxo também pode ser modificado por equipamentos como palmares, que dependendo de
como são utilizados, podem dificultar ou facilitar um determinado movimento. O movimento em
meio aquoso sendo dependente da forma do corpo ao se deslocar na água e da velocidade,
pode ser modificado de inúmeras maneiras, criando as mais diversas situações terapêuticas. A
força de arrasto pode ser utilizada para facilitar os movimentos, tanto do paciente quando do
terapeuta. Uma vez o paciente posicionado atrás do terapeuta, o movimento de resistência é
vencido pelo terapeuta e facilitado para o paciente. O inverso é verdadeiro. A utilidade da
temperatura tépida da água depende de sua grande capacidade de reter e transferir calor. Para
o organismo humano significa conforto, melhora da circulação periférica e alívio da dor.
O fisioterapeuta deve cuidar da temperatura da água da piscina e da temperatura e
umidade do ar, pois o excesso ou queda acentuada de temperatura pode provocar
desequilíbrios e até danos ao organismo do paciente. Do ponto de vista fisiológico, inúmeras
respostas são desencadeadas pela ação das forças físicas agindo sobre o corpo imerso na
água, como as de reajuste dos sistemas circulatório, respiratório, renal e a ativação dos
mecanismos de termorregulação. Estas respostas podem somar-se às desencadeadas pela
realização de exercício físico (CAROMANO, 2002).


TRABALHO DE HIDROTERAPIA - MARÇO DE 2012

HERNIA DE DISCO

A coluna vertebral, também chamada de espinha dorsal, estende-se do crânio até a pelve. Ela é responsável por dois quintos do peso corporal total.
As 33 vertebras da coluna vertebral são divididas em: cervical (convexa ventralmente - LORDOSE), torácica (côncava ventralmente - CIFOSE), lombar (convexa ventralmente - LORDOSE) e pélvica (côncava ventralmente - CIFOSE). Quando uma destas curvaturas está aumentada, chamamos de HIPERCIFOSE (Região dorsal e pélvica) ou HIPERLORDOSE.

Funções da Coluna Vertebral:

- Protege a medula espinhal e os nervos espinhais;
- Suporta o peso do corpo;
- Fornece um eixo parcialmente rígido e flexível para o corpo e um pivô para a cabeça;
- Exerce um papel importante na postura e locomoção;
- Serve de ponto de fixação para as costelas, a cintura pélvica e os músculos do dorso;
- Proporciona flexibilidade para o corpo, podendo fletir-se para frente, para trás e para os lados e ainda girar sobre seu eixo maior. 

Disco Intervertebral 


Entre os corpos de duas vértebras adjacentes desde a segunda vértebra cervical até o sacro, existem discos intervertebrais. 

Constituído por um disco fibroso periférico composto por tecido fibrocartilaginoso, chamado ANEL FIBROSO; e uma substância interna, elástica e macia, chamada NÚCLEO PULPOSO. Os discos formam fortes articulações, permitem vários movimentos da coluna vertebral e absorvem os impactos.
A biomecânica da curva lombar acentuada é conhecida como hiperlordose. Ela resulta tipicamente de um desequilíbrio entre o fortalecimento dos músculos lombares e o enfraquecimento dos músculos abdominais. A inclinação anterior da pelve freqüentemente acompanha a lordose e contribui ainda mais para o estiramento dos músculos abdominais.  
O grau de curvatura da coluna lombar depende também dos músculos dos membros inferiores ligados à pelve. O músculo psoas, flexor da coluna lombar sobre a pelve, acentua a lordose lombar quando contraído. A correção da anteversão pélvica é obtida pela ação dos extensores do quadril: isquiotibiais e glúteo máximo, que levam a báscula da pelve para trás e restabelece a verticalidade sacral diminuindo a lordose lombar. 
A ação dos músculos da parede abdominal é efetuada por intermédio de dois braços de alavancas: o inferior, constituído pela distância promonto-púbica, e o superior constituído pela distância dorso-xifóide. Daí vem o papel mais importante na correção da hiperlordose lombar, sendo suficiente contrair glúteo máximo e reto abdominal para endireitar a lordose lombar. A partir desse momento, a ação de extensão dos músculos das goteiras lombares pode obter a tração para trás das primeiras vértebras lombares.
A fixação do centro tendíneo leva a uma ação do diafragma sobre a coluna lombar, permitindo um tensionamento dos espinhais para exercerem uma póstero-flexão a partir de uma flexão anterior. A inserção dos pilares sobre os disco intervertebrais permite atrair o núcleo para frente levando assim a um pinçamento vertebral posterior necessário à póstero-flexão.
O diafragma tende sempre a adotar uma posição de inspiração devido a sua relação antagônica com os abdominais e massa visceral. Como conseqüência têm-se uma hiperpressão abdominal e hiperlordose lombar que exagera a horizontalização do sacro e tende a criar problemas ao nível L5-S1 e a nível sacro-ilíaco (Eficácia da hidroterapia no tratamento conservador da hérnia de disco lombar, Cordeiro, V., 2000). 

HÉRNIA DE DISCO

O termo hérnia, segundo o dicionário Aurélio Buarque, é a passagem, parcial ou total, de um ou mais órgãos ou formações anatômicas, através de orifício patológico ou tornado patológico, de sua localização normal para outra anormal.

A hérnia de disco é uma frequente desordem músculo esquelética, responsável pela lombociatalgia. A expressão hérnia de disco é usada como termo coletivo para descrever um processo em que ocorre ruptura do anel fibroso, com subsequente deslocamento da massa central do disco nos espaços intervertebrais, comuns ao aspecto dorsal ou dorso- lateral do disco. Os problemas oriundos dessa afecção têm sido as razões mais frequentes de dispensa do trabalho por incapacidade.

A hérnia é mais comum entre as vértebras L4-L5 e L5-S1. Alguns estudos reportaram uma forte predisposição genética na etiologia da degeneração do disco vertebral. Alterações na hidratação e no colágeno também são fatores importantes no desenvolvimento da hérnia discal, por reduzirem o efeito amortecedor. Dessa forma, haverá a transmissão de grande parte das forças que serão distribuídas assimetricamente.

Esse processo ocorre mais frequentemente em pacientes entre 30 e 50 anos, embora possa também ser encontrado em adolescentes e pessoas idosas e mais raramente em crianças. A hérnia de disco é considerada uma patologia extremamente comum, que causa séria inabilidade em seus portadores e em vista disso, constitui um problema de saúde pública mundial, embora não fatal. Estima-se que 2 a 3 % da população sejam acometidos desse processo,cuja prevalência é de 4,8% em homens e 2,5% em mulheres, acima de 35 anos. A idade média para o aparecimento do primeiro ataque é aproximadamente 37 anos, sendo que em 76% dos casos há antecedente de uma crise lombar, uma década antes ( Hérnia discal - Procedimentos de tratamento.  Negrelli, W. F. , 2001).

TIPOS DE HÉRNIAS DE DISCO

Protrusas: quando a base de implantação sobre o disco de origem é mais larga que qualquer outro diâmetro.

Extrusas: quando a base de implantação sobre o disco de origem é menor que algum dos seus outros diâmetros ou quando houver perda no contato do fragmento com o disco.

Seqüestradas: quando um fragmento migra dentro do canal, para cima, para baixo ou para o interior do forâmen.


SINTOMAS DA HÉRNIA DE DISCO

Os sintomas mais comuns são: Parestesias (formigamento) com ou sem dor na coluna, geralmente com irradiação para membros inferiores, podendo também afetar somente as extremidade.

A dor que acompanha e caracteriza a hérnia de disco é geralmente causada por herniação, degeneração do disco e por estenose do canal espinal. Contudo, esses processos, por si só, não são responsáveis pela dor e, portanto, devem ser também contabilizadas a compressão mecânica e as mudanças inflamatórias ao redor do disco e da raiz do nervo.

A maioria das pessoas com uma hérnia de disco lombar relatam uma dor forte atrás da perna e segue irradiando por todo o trajeto do nervo ciático. Além disso, pode ocorrer diminuição da sensibilidade, formigamento ou fraqueza muscular nas nádegas ou na perna do mesmo lado da dor.


CAUSAS DA HÉRNIA DE DISCO

 Fatores genéticos têm um papel muito mais forte na degeneração do disco do que se suspeitava anteriormente. Um estudo de 115 pares de gêmeos idênticos mostrou a herança genética como responsável por 50 a 60% das alterações do disco.

Sofrer exposição à vibração por longo prazo combinada com levantamento de peso, ter como profissão dirigir realizar frequentes levantamentos são os maiores fatores de risco pra lesão da coluna lombar. Cargas compressivas repetitivas colocam a coluna em uma condição pior para sustentar cargas mais altas aplicadas diretamente após a exposição à vibração por longo período de tempo, tal como dirigir diversas horas. 

FATORES DE RISCO

- Sobrepeso;
- Trabalho físico pesado;
- Postura de trabalho estática ( ex.: dirigir carro por muitas horas);
- Inclinar e girar o tronco frequentemente;
- Levantar, empurrar e puxar;
- Trabalho repetitivo.

DIAGNÓSTICO E EXAMES

O diagnóstico pode ser feito clinicamente, levando em conta as características dos sintomas e o resultado do exame neurológico. Exames como Raio-X, tomografia e ressonância magnética ajudam a determinar o tamanho da lesão e em que exata região da coluna está localizada.


TRATAMENTOS MEDICAMENTOSOS

O tratamento medicamentoso das lombalgias, após afastadas causas específicas como neoplasias, fraturas, doenças infecciosas e inflamatórias, deve ser centrado no controle sintomático da dor para propiciar a recuperação funcional, o mais rapidamente possível. Medicamentos geralmente utilizados para minimizar a dor da hérnia de disco são:
Acetaminofen (paracetamol) na dose de 500 mg; 4 a 6 vezes ao dia, é eficaz na dor de intensidade discreta e moderada. O risco da utilização do medicamento é considerado baixo, mas deve ser usado com cautela em hepatopatas e pacientes em uso concomitante de anti-inflamatórios.
Dipirona é utilizada com freqüência no nosso meio, na dose de 500 mg, até 4 vezes ao dia. O utros analgésicos disponíveis no mercado: ácido acetilsalicílico, clonixinato de lisina; viminol, flupirtina.
Anti-inflamatórios; não-hormonais (AINHs), na prática clínica, são os medicamentos mais empregados. 
Corticoesteróides; o medicamento pode ser por via parenteral ou epidural, são conflitantes. No entanto, na hérnia discal, considerando que a compressão radicular pode se acompanhar de inflamação, lesão axonal e das células de Schwann, a sua utilização pode oferecer vantagens adicionais, uma vez que a inibição do referido processo inflamatório é mais completa e eficaz do que com AINHs.
A infiltração epidural com glicocorticoides, anestésicos e opióides é uma opção no manejo da dor radicular aguda após falha com o tratamento conservador. Relaxantes musculares como carisoprodol, ciclo benzaprina são também uma opção no tratamento, a curto prazo, da lombalgia aguda, demonstrando eficácia superior ao placebo . O uso, em associação com outros analgésicos e antiinflamatórios, traz benefícios adicionais no alívio da dor. 
Os benzodiazepínicos não parecem úteis e não estão indicados na lombalgia mecânica comum. Os antidepressivos não são recomendados na lombalgia mecânica aguda. 

TRATAMENTO CONSERVADOR

É um programa fisioterapêutico que utiliza técnicas de Fisioterapia Manual, mesa de tração eletrônica, mesa de descompressão dinâmica. Estabilização Vertebral e Exercícios de Musculação. Ele visa melhorar o grau de mobilidade músculo-articular, diminuir a compressão no complexo disco vértebras e facetas, dando espaço para nervos e gânglios, fortalecer os músculos profundos e posturais da coluna vertebral através de exercícios terapêuticos específicos enfatizando o controle intersegmentar da coluna lombar, cervical, quadril e ombro.

TENS: é comumente indicado para promover o alívio da dor aguda. O tratamento através de correntes apresenta um potente efeito analgésico, podendo ser associada ao uso de medicamentos, potencializando esse efeito. 
Pode ser utilizado no modo convencional, de 25 a 30 minutos de estimulação,  se obter o efeito analgésico. A intensidade da corrente é agradável e não gera contração muscular. Este tipo de aplicação é comumente indicado para o controla da dor aguda. É um recurso extremamente seguro, entretanto, em algumas situações, ela não deve ser indicada a fim de evitar complicações hipotéticas. A iontoforese, técnica terapêutica que introduz íons nos tecidos através de corrente elétrica direta, é frequentemente usada no tratamento de condições inflamatórias músculo-esqueléticas, podendo também ser usada para efeitos analgésicos, modificação da cicatriz, cura de feridas, e no tratamento do edema, depósito de cálcio e hiper-hidrose.

INFRAVERMELHO: Quando se busca a analgesia através do relaxamento superficial pelo aumento da temperatura tecidual, a termoterapia infravermelha é bem empregada. 

ULTRASSOM: Em níveis mais profundos, as modalidades de calor compreendem a diatermia e o U.S., que além de promover calor secundariamente, reduz e elimina o quadro inflamatório. A crioterapia se enquadra na conduta de tratamento em que o objetivo principal é retirar o calor tecidual associado à analgesia.

LASER DE BAIXA INTENSIDADE: pode ter diferentes reações na dependência do tecido com o qual ele interage. As dosimetrias deve ser utilizado entre  3 a 6 J, devem ser revisadas para cada tipo de lesão, relacionando com a profundidade, características teciduais, estágio da lesão e condições fisiológicas dos pacientes, como idade, cor, grau de nutrição e hidratação, assim como o estado físico e imunológico do indivíduo. Diferentes modalidades de lesão podem ser tratadas pelo laser, mas a escolha do comprimento de onda deve ser pautada pelo tipo de processo sob intervenção como os processos de reparação.

CINESIOTERAPIA: estão incluídos o alongamento estático, precedido ou não de calor ou frio, métodos de alongamento e fortalecimento como Williams e Mckenzie, o método Pilates e a hidrocinesioterapia que apresenta excelentes resultados tanto como tratamento conservador, quanto tratamento no pós-cirúrgico.

TERAPIAS MANUAIS: melhora da lombalgia e podem ser associadas a outros métodos de tratamento como a cinesioterapia. 

REABILITAÇÃO AQUÁTICA

A hidroterapia ou reabilitação aquática é uma modalidade terapêutica que tem o uso da água como meio de cura.  As propriedades físicas da água, contribuem com os benefícios da aplicação terapêutica.

Densidade da água: é a relação entre massa e volume de uma substância. É a relação entre a densidade da substância e a densidade da água. A massa corporal magra possui densidade de 1,1 enquanto que a gorda possui densidade de 0,90 (SKINNER, 1985). 
O peso corporal está divido em:
8 % cabeça
18 % Membros superiores
36 % Membros inferiores
38% Tronco

Pressão hidrostática (Lei de Pascal): a lei de Pascal afirma que a pressão do líquido é exercida igualmente sobre todas as áreas da superfície de um corpo imerso em repouso. A pressão aumenta com a profundidade e com a densidade. Ajuda na estabilização das articulações enfraquecidas; ajuda a diminuir o edema e melhorar a circulação; o aumento da circulação periférica, que melhora a condição da pele que foi afetada por uma imobilização e acelera a cura ao implementar a nutrição na área lesada; 

Empuxo/ Flutuação (princípio de Arquimedes): afirma que há uma força oposta à gravidade atuando sobre o objeto. Quando um corpo está completa ou parcialmente imerso em um líquido em repouso, ele sofre um empuxo para cima igual ao peso do líquido deslocado. A força origina-se de que a pressão de um líquido aumenta com a profundidade. Corpos com densidade relativa maior que 1 afundará e os com menor que 1 flutuará pois o peso do objeto é menor do que o peso do corpo deslocado. Assim, o corpo humano desloca um volume de água que pesa ligeiramente mais do que o corpo, forçando o corpo para cima por uma força igual ao volume de água deslocado. Se a densidade da substância for igual a 1, ela flutuará logo abaixo da superfície da água. Com imersão até o processo xifóide, o corpo humano é descarregado em torno de 75% do peso corporal, com imersão até a cicatriz umbilical, em torno de 50%.

Metacentro: o quadril e os membros inferiores possuem maior densidade, pois são constituídos em quase sua totalidade de ossos e músculos longos e volumosos, por isso, tendem a afundar. Como a cabeça e tronco por terem em sua constituição de líquido e ar respectivamente, tendem a flutuar e o quadril se torna um eixo no qual os membros inferiores se apóiam e afundam, realizando um movimento rotacional vertical até que o seu equilíbrio seja encontrado. Este movimento rotacional é o resultado do equilíbrio entre as forças da gravidade e empuxo. Esse princípio é conhecido como metacentro (princípio de Bougier).

Turbulência: durante o movimento rotacional, o corpo é embalado numa velocidade proporcional ao peso, forma e tamanho do segmento criando uma leve turbulência de fluxo laminar que se segue ao longo de uma linha aerodinâmica em um fluxo estável de líquido (Teoria de Bernoulli). Quanto maior a velocidade, maior será o fluxo obtido produzindo energia cinética.

Fricção: porém, essa velocidade não é real visto que os princípios da fricção (atrito), viscosidade (atrito interno do líquido – adesão e coesão molecular), pressão hidrostática, turbulência, empuxo e tensão superficial oferecem uma quantidade de resistência ao movimento.
A fricção, segundo Froud (1810-1879) e Zahm (1862-1945) é a resistência causada pela textura da superfície do corpo durante seu movimento na água.

Viscosidade: é a resistência de um fluído em deslocamento e também se refere à magnitude do atrito interno do líquido relacionado à força de coesão molecular. A coesão molecular pode ser considerada como a atração das moléculas entre si, e quando as camadas do líquido são postas em movimento, essa atração cria resistência ao movimento e é detectada como atrito.


Tensão Superficial: é definida como a força por unidade de comprimento que atua através de qualquer linha em uma superfície e tende a atrair as moléculas de uma superfície de água exposta. A força resistiva da tensão superficial torna-se uma variável ativa na medida em que a área da superfície aumenta.

INDICAÇÃO E CONTRA-INDICAÇÃO DA REABILITAÇÃO AQUÁTICA

A hidroterapia é indicada para todas as áreas da fisioterapia que envolvam problemas de ordem traumato-ortopedicos, esportivos, neurológicos, reumáticos, dentre outros. Indicações para os pacientes que tenham:
- Elevado nível de dor;
- Edemas de extremidades;
- Desvios da marcha;
- Diminuição da mobilidade;
- Fraqueza muscular generalizada;
- Baixa resistência muscular;
- Impossibilidade de sobrecarga nos membros inferiores;
- Resistência cardiovascular diminuída;
- Contraturas articulares;
- Disfunções posturais;
- Habilidades diminuídas;

As contraindicações são: 
- Infecções de pele; 
- Febre acima de 38°C; 
- Insuficiência cardíaca; 
- Pressão arterial descontrolada; 
- Incontinência urinária e fecal; 
- Epilepsias; 
- Baixa capacidade pulmonar vital; 
- Doenças sistêmicas;
- Sintomas de trombose venosa profunda; 

OS EFEITOS TERAPÊUTICOS DA HIDROTERAPIA

Os efeitos terapêuticos desejados com os exercícios na água estão relacionados ao alívio da dor e do espasmo muscular, relaxamento, manutenção ou aumento da amplitude de movimento, reeducação dos músculos paralisados, fortalecimento dos músculos (força e resistência), melhora das atividades funcionais da marcha, aumento da circulação, integração sensório-motora e reforçando o moral do paciente pelo convívio social, atividades recreacionais e a liberdade de movimento.
Estes efeitos são atingidos, graças à termodinâmica da água que favorece a diminuição da dor, do espasmo muscular, produzindo o relaxamento.
À medida que a dor diminui o paciente é capaz de experimentar um maior conforto e um aumento significativo na amplitude do movimento, explorando sua liberdade.

O RELAXAMENTO 

A resposta de relaxamento depende do grau de intimidade e liberdade do paciente com a água. Quanto mais habilidade for demonstrada na piscina, mais fácil serão a imposição da terapia com o efeito desejável.
A água aquecida provoca um relaxamento das fibras musculares através do processo de condução entre a temperatura da água e da pele e que por sua vez irá transmitir o calor até as estruturas mais internas, reduzindo a tensão muscular pelo relaxamento das fibras musculares.
Outro aspecto importante é a redução das forças compressivas, pela força do empuxo minimizando a ação do sistema tônico postural. Uma vez reduzida à atividade tônica postural, os músculos responderão rapidamente a um relaxamento.

 REDUÇÃO DA SENSIBILIDADE A DOR E DOS ESPASMOS MUSCULARES

A água termo-aquecida ajuda no alívio da dor, na diminuição do tônus muscular anormal do espasmo muscular. Na imersão, os estímulos sensoriais do calor estão competindo com os estímulos da dor, como resultado, a percepção de dor do paciente fica enganada ou bloqueada, pois a velocidade de condução do estimulo do calor é mais rápido que o da dor. O estímulo do calor sendo rapidamente codificado pelo sistema nervoso central envia uma resposta instantânea para o local da dor, promovendo a diminuição do reflexo de defesa e do espasmo muscular protetor provocado na articulação afetada.
Os princípios físicos do empuxo e pressão hidrostática também favorecem a minimização da dor, pela pressão exercida no segmento estimulando os receptores cutâneos e pela diminuição da sobrecarga corporal.

 AUMENTO DA AMPLITUDE

As propriedades hidrodinâmicas e termodinâmicas da água auxiliam o terapeuta no ganho da amplitude articular. Ao imergir na piscina, o efeito de flutuação fará com que o paciente perceba uma diminuição da sobrecarga corporal. A diminuição da sobrecarga na articulação resulta numa diminuição da força compressiva articular, aliviando a dor. 
O alívio da dor somado com o efeito termodinâmico da água relaxa os músculos que envolvem a articulação, aumenta o aporte de sangue circulante, remove os produtos imprestáveis do metabolismo e auxilia na movimentação articular melhorando a produção de líquido sinovial facilitando os movimentos proferidos pela articulação.
A pressão hidrostática influencia no ganho da amplitude auxiliando na remoção de edemas, liberando a articulação.

AUMENTO DA FORÇA

O aumento da força muscular é dado pela resistência que a água produz no segmento do corpo imergido. As propriedades de fricção, viscosidade, pressão hidrostática e empuxo são os grandes responsáveis pelo trabalho de força muscular. A água permite maior resistência ao movimento do que o ar (em torno de 700 vezes mais), permitindo que as articulações fiquem mais livres. As partes submersas do corpo encontram resistência em todas as direções dos movimentos.
Existem 3 tipos de contrações conhecidas como isotônica concêntrica, isotônica excêntrica e a isométrica. Essas contrações vão estimular os músculos a recrutarem fibras para a produção da contração, porém essas fibras se desenvolverão sarcômeros paralelos e em séries aumentando a força do músculo. Uma vez que o membro encontre resistência em todas as direções de movimentos de forma excêntrica, as fibras musculares começam a produzir sarcômeros em série, melhorando a eficácia da contração muscular e fornecendo resistência ao músculo, pois na água os movimentos são mais consistentes e uniformes quando mantidos a uma velocidade constante. Porém, o risco de lesão é maior. Neste tipo de contração pode haver microtraumas nos tecidos musculares, e, estes por sua vez, promoverão a reparação tecidual, levando o músculo a um processo de hipertrofia.
Um cuidado em especial no trabalho de recuperação da força muscular, é quanto à questão das lesões musculares que podem ocorrer durante o processo de reabilitação e condicionamento que são:
Dor durante o esforço físico – pelo acúmulo de ácido lático e perda de sais minerais (sódio, potássio, magnésio);
Dor 24/48 horas após o esforço – decorrentes de microlesões musculares por uma relação de volume e intensidade do exercício exagerada; 
Dor decorrente de câimbras - (por distúrbio hidroeletrolítico e descargas elétricas)

AUMENTO DA CIRCULAÇÃO

Após a imersão, a pele começa a absorver o calor da água. O aumento da temperatura da pele e repassado as estruturas mais internas do corpo produzindo o efeito de vasodilatação.
A vasodilatação faz aumentar o aporte de sangue circulante na periferia. A dilatação dos vasos associada aos efeitos produzidos pelos exercícios aumenta o suprimento sangüíneo para os músculos, e, com isso, os fluídos dos tecidos movimentam-se livremente nas estruturas lesionadas, removendo os metabólitos retidos, o que aumenta a nutrição e ajuda a aumentar a velocidade do processo de cicatrização, sendo este processo fortemente influenciado pela pressão hidrostática.

EQUILIBRIO, ESTABILIDADE E CONSCIÊNCIA CORPORAL

A água estimula a consciência da movimentação das partes do corpo e propicia um meio ideal para a reeducação dos músculos envolvidos (integração sensorial). As propriedades da água dão ao paciente com pouco equilíbrio tempo para reagir quando tendem a cair. As respostas de reequilíbrio permitem a realização do trabalho de propriocepção uma vez que todos os captores (sensoriais) do corpo estão envolvidos neste trabalho.
A imersão leva a percepção de que o corpo está mais leve. Sentida essa sensação os captores que estão presentes na planta do pé, nas articulações, nos músculos, na pele, nos ouvidos e na visão, eles perdem a referência espacial. Ao produzirmos um desequilíbrio no paciente as reações se farão rapidamente para evitar a queda, porém as propriedades físicas da água de viscosidade, fricção, pressão hidrostática, tensão superficial, empuxo e metacentro retardam a queda promovendo assim uma melhoria no equilíbrio, na estabilidade e na consciência corporal.

 INTEGRAÇÃO SENSÓRIO-MOTORA

Na reabilitação aquática, os vários sentidos do corpo são estimulados promovendo uma integração sensório-motora de grande valor terapêutico, principalmente nas lesões de origem nervosa.
Na água, os sentidos do tato, visão e propriocepção são estimulados, pois, a pressão da água exerce uma força sobre os mecanorreceptores da pele -Meissner e Merkel - que vão de maneira superficial ou profunda, estimular o corpúsculo. Os corpúsculos de Krause e Ruffini, localizados também na pele, respondem ao estímulo do frio e calor respectivamente estando controlado pelo hipotálamo anterior e posterior.
          As estimulações destes mecanorreceptores produzem informações sensoriais que vão informar as condições de pressão e temperatura, para que o organismo reaja frente às mudanças ocorridas.

REFORÇO DA MORAL E LIBERDADE DE MOVIMENTO

O ambiente aquático faz com que o paciente relaxe mais, e sinta uma liberdade de movimento, o que ajuda na reabilitação. Os riscos de quedas diminuem e com isso o medo também. Os exercícios de grupos encorajam pacientes e trazem apoio e motivação a todos os participantes do programa.
A hidroterapia pode proporcionar variedade e mesmo algum divertimento ao programa de reabilitação.
O prazer da atividade aquática leva ao indivíduo uma sensação de relaxamento, leveza, liberdade e experimento, tornando as sessões mais agradáveis e proporcionando a interação social. 

MOBILIZAÇÃO NA ÁGUA
As técnicas são inspiradas no tratamento de terapia manual executados no solo, como por exemplo, as técnicas do conceito Maitland, porém o meio aquático com suas peculiares propriedades físicas, produzem benefícios bem específicos, relacionados com a dor, espasmo, postura do paciente e padrões de movimento, permitindo na água uma aplicação de técnicas de mobilização exclusivas.

A terapia manual é um conjunto de técnicas de mobilização e ou manipulação, que visa o reparo e cura do organismo. As mudanças podem ocorrer em diferentes níveis do indivíduo. Algumas estão relacionadas aos processos de reparo local, outras com a melhora da função neuromuscular e outras ainda com o comportamento geral do indivíduo.

A mobilização na água precisa ser vista como uma forma nova de movimentação, uma nova forma de facilitar e restaurar funções no sistema músculo esquelético.

Mobilização na água x no solo

A mobilização articular visa restaurar primeiramente o movimento acessório, para após restaurar o movimento fisiológico, porém,  na terapia manual aquática em algumas circunstâncias haverá uma combinação de movimentos acessórios e fisiológicos, devido a instabilidade do meio.
Em terra é possível tratar um único segmento vertebral, na água geralmente a mobilização de um segmento, irá mobilizar outro segmento em menor grau de intensidade, tornando a mobilização um pouco mais global em algumas situações.
É comum em terra ocorrer com o paciente em tratamento um espasmo muscular antecipado, devido a posição de mobilização, como por exemplo,na rotação da coluna. Na maioria das mobilizações aquáticas o espasmo muscular estará diminuído, de forma que a mobilização ocorrerá mais facilmente, com maior conforto para o paciente.
Mobilizações aquáticas devem ser executadas muito mais lentamente que em solo, respeitando os princípios de movimentação do corpo na água.
O terapeuta ao executar a terapia manual aquática não deve estar condicionado aos padrões de tratamento em solo, pois estamos operando em meio absolutamente distinto.
O terapeuta deve utilizar as propriedades físicas e terapêuticas da água juntamente com sua habilidade para realçar as técnicas de terapia manual.
Um dos mais importantes benefícios em relação à terapia manual aquática está o fato de que após a aplicação das técnicas, o terapeuta pode imediatamente, implementar um programa de exercícios terapêuticos, estabilidade e fortalecimento, em um ambiente sem dor.

Bad Ragaz  O método foi desenvolvido em Bad Ragaz, na Suíça, em 1960. É uma técnica de tratamento feito exclusivamente na horizontal. São utilizadas as propriedades da água para se criar um programa de resistência para execução dos padrões.
Visa o fortalecimento, reeducação muscular, alongamento de tronco, relaxamento e inibição de tônus, propriocepção e analgesia.
 
Histórico:   Na primeira parte do século 20, os conhecimentos sobre os benefícios médicos dos movimentos começaram a se desenvolver. Então, em 1930, terapeutas começaram a tratar ativamente de pacientes com lesões periféricas ou diminuição no arco de movimento. Os terapeutas começaram a amarrar seus pacientes em pranchas ou macas na água, oferecendo resistência aos seus movimentos (Ott, 1955). Esses movimentos, geralmente, eram movimentos bi-dimensionais simples, utilizados em solo e copiados para a água.

No inicio dos anos 50,  introduziram uma técnica onde colocavam nos pacientes flutuadores circulares e então os moviam aproximando e afastando do terapeuta. A resistência proporcionada pelo terapeuta era focada para atuar sobre problemas específicos do paciente. Esse método de Wildbad enfocava exercícios de estabilização e fortalecimento.

Em1967 Dr. Zinn e equipe refinaram e modificaram os exercícios de Knupfer.

Em 1967 Os fisioterapeutas Bridget Davis e Verena Laggatt incorporaram os padrões da FNP de Margareth Knott, no que resultou no método dos anéis de Bad Ragaz (MABR).

    De um ponto de vista neurofisiológico e de fisiologia do exercício, também o método de Wildbad não era satisfatório, por não atender aos princípios de especificidade e precisão.
Quando as técnicas de Kabat e Knott (1952, 1968) foram introduzidas na Europa no começo dos anos 60, terapeutas tentaram incluir os movimentos tridimensionais e diagonais na terapia aquática (Davies, 1967). Mas, foi somente o trabalho conjunto que permitiu alcançar um conceito satisfatório para a integração dos movimentos diagonais tridimensionais sob forma de um método de hidroterapia.

CARACTERISTICAS DO BAD RAGAZ:
- Posição horizontal
- Suporte c/ flutuadores
- Desenvolveu planos de movimento envolvendo várias articulações
- Introduziu conceitos da neurofisiologia
- O fisioterapeuta como ponto fixo, estabilizador do movimento.
- As reações de estabilização adaptadas à tarefa
- Observaram-se sinergias nos padrões de movimentos 
- Trabalho isotônico resistido dos grupos musculares agonistas e antagonistas
- A oportunidade clínica do uso do ex. em cadeia cinética fechada com segurança
Knupfer introduziu a flutuação, turbulência, tensão superficial, e temperatura a 33,3ºc

Vantagens Terapêuticas

- Reduzir a dor 
- Complacência dos tecidos moles
- Reduzir o tônus muscular 
- Promoção do relaxamento diferenciando o exercício na água do exercício na terra. 
  
Equipamentos:
- Colar cervical
- Flutuador pélvico
- Flutuador de tornozelos.
  
Temperatura da água:
34º - 35º C 

Objetivos:
- Aumentar a amplitude de movimento articular e a mobilidade dos tecidos nervosos e miofascial.
- Melhorar a função muscular e - Preparar os membros inferiores para a descarga de peso.
- Restaurar o padrão normal de movimento dos MMSS e MMII.

Indicações:
- Condições ortopédicas e neurológicas, por exemplo pré e pós operatório, após fratura artrite reuamatóide, osteoartrite, espondilite anquilosante.
- Pacientes de cirurgias torácica, cardíaca e mamária. - Condições neurológicas - Paraplegia
- Hemiplegia - Parkinson (com cautela).
- Condições neuromusculares - fortalecimento leve. - Lesões M.M.S e M.M.I.
- Disfunções traumato-ortopédicos em que o paciente apresenta déficit cinético-funcional envolvendo ADM, ↑ força, dor, ler-dort, lombalgias.
- Doenças reumáticas (fibromialgias, artroses e artrites).
- Qualquer condição que envolva déficit de musculatura de tronco ou cinturas.
- Utilização juntamente com técnicas funcionais.
- Patologias ou condições de fraqueza de tronco, estabilidade proximal diminuída.
- Distrofia simpático reflexa.
- Lesões do Sistema Nervoso Central (SNC). Mostra excelente resposta aos movimentos passivos para alongamento, ganho de ADM, relaxamento e inibição de tônus. Exemplos: AVC, Parkinson, TCE, etc.

Contra-indicações e precauções:
- Programas devem ser planejados para evitar a fadiga dos pacientes (a liberdade da água pode encorajar atividades demasiadas).
- Pacientes que se encaixam nas contra-indicações da hidroterapia.
- Os pacientes recebem uma grande quantidade de estímulo vestibular durante o tratamento ( evite tonturas).
- Cautela durante o tratamento dos pacientes com condições agudas de coluna ou extremidades, devido a possibilidade de alongar demasiadamente articulações doloridas edemaciadas e com frouxidão.
- Pacientes com condições neurológicas onde exercícios ativos e resistidos aumentam a espasticidade em tronco ou membros ou na presença de hipertonia.
- Dor, quadros agudos e instabilidade articular.
- Posicionar-se adequadamente, utilizar mecânica correta.
- Evitar fadiga excessiva.
- Utilizar cuidadosamente as técnicas com pacientes espásticos.
- Monitorar o estímulo excessivo do aparelho vestibular.

TÉCNICAS

Isotônica: neste exercício, a resistência é graduada e controlada pelo fisioterapeuta, o qual age como um estabilizador movendo-se a partir do movimento do paciente na água. O fisioterapeuta pode aumentar ou diminuir a resistência, movimentando o paciente na mesma direção (assistido), ou em direção oposta ao movimento (resistido). 

Isocinética: neste exercício, a resistência é graduada e controlada pelo paciente, o fisioterapeuta atua como um fixador enquanto o paciente se movimenta. O fisioterapeuta fixa parte do corpo, enquanto o paciente determina a quantidade de resistência proporcionalmente à velocidade do movimento.

Passiva: o paciente é movimentado na água, com a utilização dos padrões para relaxamento, alongamento de tronco e coluna e inibição de tônus. Utilizado principalmente em casos de dor ao se realizar o movimento ativo (analgésica) e para ganho de ADM. Também para ensinar o padrão ao paciente (propriocepção).

Isométrica: o exercício isométrico na água é realizado quando o paciente mantém determinada posição, enquanto é movido na água. A posição do paciente é fixa, sendo que a água provê a resistência para a contração sustentada do paciente.

Obs. Os padrões de MMSS e MMII podem ser realizados unilateralmente ou bilateralmente. Ainda em relação aos padrões bilaterais, podem ser simétricos ou assimétricos.


Posicionamento

O paciente utiliza colar cervical e cinturão pélvico ao nível L1 - S2, podendo-se utilizar “caneleiras”.

Características encontradas nas técnicas Bad Ragaz e Kabat:
Trabalho com resistência máxima;
Contatos manuais específicos e corretos;
Aproximação (compressão) das articulações durante execução de determinados padrões;
Tração (separação) das articulações para execução de determinados padrões;
Comando verbal firme, curto e preciso durante toda sessão;
Iniciação rítmica;
estabilização rítmica;
Irradiação (inicio pelo lado são para irradiar o aprendizado para a execução no lado lesado. Também de músculo fortes irradiando para músculos fracos.);
Contatos proximais e distais;
Pode-se monitorar o esforço do paciente durante toda a ADM.

 Relação fisioterapeuta e técnica
• A técnica exige proporção de 1/1.
• O nível da água não deve ser superior a T8-T10 ou axilar.
• Uso de calçado.
• Pesos nos tornozelos ou cinturões de lastro podem estabilizar o fisiot.
• Posicionamento em geral 1 pé a frente do outro.

 Diretrizes do Tratamento

• Atendimentos iniciais de 5`- 15` evitando a fadiga
• Evolução até 30`
• Técnicas de exercícios passivos podem reduzir a hipertonia
• Selecionar grupos p/ evitar ↑ da espasticidade


 Progressão do exercício

Resistência
Quando o corpo é movido ou move-se através de água, a resistência encontrada é a somatória da pressão negativa de trás do objeto, juntamente com as forças de atrito na frente do objeto.

Velocidade → ↑ fluxo turbulento → ↑ resistência.

 Como aumentar a resistência ao movimento

1. Adição de anéis flutuadores ou palmares.
2. a amplitude de movimento (partir da posição totalmente flexionado).
3. Alteração do braço de alavanca.
4. Mudança da resistência de proximal para distal.
5. da velocidade do movimento.
6. Alteração da direção de movimento.
7. Uso de inversões rápidas e padrões recíprocos para ↑ do arrasto global.
8. Uso do suporte de flutuação. 


TRATAMENTO  CIRÚRGICO DE HÉRNIA DE DISCO

Os pacientes são operados de acordo com a herniação, a  incisão é delicado afastamento da musculatura paravertebral unilateral, até abordagem da respectiva lâmina.  Através de um  cuidadoso afastamento da raiz nervosa é possível identificar a hérnia discal e resseca-la. Após a retirada da hérnia discal é  realizada  a foraminectomia.

TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO

Segundo o artigo "Reabilitação precoce de atletas utilizando hidroterapia após o tratamento cirúrgico de hérnia discal lombar: relato preliminar de 3 casos ( por MARCELO WAJCHEMBERG, et al), 2002", O protocolo foi predominante em hidroterapia, onde no segundo pós-operatório,  a reabilitação na água com curativo adesivo impermeável sobre os pontos cirúrgicos. O tratamento sugerido é de um tempo médio de 90 minutos por sessão, sendo 2 vezes por semana.

Protocolo fisioterapêutico pós tratamento cirúrgico de hérnia discal lombar:

FASE I (1ª semana):
- Eletroanalgesia (TENS/corrente interferencial vetorial)
- Hidroterapia (2ªPO):
- Caminhada: frente, costas e lateral
- Alongamentos para musculatura de tronco e membros inferiores
com evolução gradativa para ísquio - tibiais
- Início do treino proprioceptivo
- Exercícios isotônicos livres para membros superiores
- Exercícios isométricos para membros inferiores e musculatura abdominal
- Relaxamento global (Bad – Ragaz/final da sessão)
Obs: Evitar movimentos rotacionais

FASE II (2ª e 3ª semanas):
- Hidroterapia :
- Exercícios isotônicos livres (2ª semana) e resistidos (3ª semana)
para membros inferiores e musculatura abdominal
- Corrida em piscina profunda
- Manutenção dos alongamentos com ênfase para ísquio-tibiais
- Movimentos simulando bicicleta
- Início de trote
- Evolução do treino proprioceptivo
- Exercícios isotônicos resistidos para membros superiores
- Relaxamento global (Bad – Ragaz/final da sessão)
Obs: Evitar movimentos rotacionais

FASE III (4ª a 8ª semanas):
-Hidroterapia :
- Corrida em piscina profunda
- Batimento de pernas
- Evolução de exercícios isotônicos resistidos para ísquio- tibiais
- Evolução do trote (resistência elástica)
- Corrida de frente, costas, lateral, em círculos e em oito
- Saltos leves (4ª semana), moderados (5ª semana) e fortes (6ª semana)
- Ênfase no alongamento de cadeia posterior e fortalecimento
de musculatura abdominal
- Início do treino específico do esporte (4ª semana)
- Progressão do treino proprioceptivo dentro da água
- Relaxamento global (Bad – Ragaz/final da sessão)
- Trote (5ª semana) e corrida (6ª semana) na grama
- Início do treino proprioceptivo fora da água
- Bicicleta ergométrica

FASE IV (a partir da 9ª a 12ª semana):
- Ênfase no treino proprioceptivo
- Ênfase no treino específico do esporte
- Bicicleta ergométrica
- Retorno ao esporte (nível não competitivo)

FASE V (13ª semana):
- Retorno ao esporte de nível competitivo

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARTIGO: Condutas terapêuticas na hérnia de disco lombar, Pires, Elaine G., 2007.

ARTIGO: Reabilitação precoce de atletas utilizando hidroterapia após o tratamento cirúrgico de hérnia discal lombar: relato preliminar de 3 casos, WAJCHEMBERG, M. et al, 2002.

ARTIGO: Hérnia discal: Procedimentos de tratamento, WILSON FÁBIO NEGRELLI, 2001.

SITE: http://www.auladeanatomia.com/

SITE: http://www.dicionariodoaurelio.com/

SITE: http://drauziovarella.com.br/doencas-e-sintomas/hernia/

SITE:http://www.herniadedisco.com.br/doencas-da-coluna/hernia-de-disco#sintomas

SITE: http://www.aquabrasil.info/hidrocinesioterapia.shtml

5º SEMINÁRIO DE ORTOPEDIA - 19/03/2012


FRATURAS
Os ossos tem qualidades qualidades elásticas e rígidas, sendo resultante do componente mineral e a elasticidade vem da proteína dos ossos, as quantidades relativas mudam com o tempo, a idade, com isso tornam-se mais frágeis e fraturam mais facilmente. Na maioria das vezes vem de um resultado de um simples incidente traumático. 

Uma interrupção completa na continuidade de um osso ou uma interrupção ou rachadura parcial, ou seja, o osso se divide em dois ou mais fragmentos. Pode haver a fratura fechada, quando não há o rompimento de pele, e a fratura aberta, quando há rompimento de pele e tecidos, assim expondo o osso.
Existe também a fratura-luxação, quando há fragmento(s) do osso mais a perda de contato entre as superfícies articulares.

Tipos:

Transversa: trauma direto, ou seja, a fratura é reta através do osso
Cominutiva: envolve mais de 3 fragmentos numa mesma fratura
Obliqua ou espiral: trauma indireto, com ou sem trauma rotacional
Segmentar ou dupla: o osso apresenta 2 traços distantes de fratura
Galho verde: um lado do osso esta trincado e outro permanece integro
Patológica: ocorre num osso afetado por problemas prévios que o enfraqueceram (como doenças congênitas, infecções e lesões benignas ou malignas)
Fratura por estresse: ocorre após um esforço exagerado da estrutura óssea
Fratura parcial: o osso se dobra e racha, mas não quebra
Fratura por avulsão: uma contração muscular separa o tendão do osso, forçando a uma fratura
Por compressão: quando uma massa do osso é comprimida, mais comum na coluna vertebral 

Sinais Clinicos:

Dor
Impotência funcional
Hematona
Deformidade (desvio dos fragmentos)
Mobilidade anormal

Diagnostico:

Radiografia
Exame físico
Cintilografia

Alguns Termos Úteis:

Consolidação retardada: uma fratura que não se consolidou no tempo previsto
Consolidação viciosa: fratura consolidada na posição errada
Pseudoartrose: movimento perceptível no local da fratura, produzido por uma não consolidação – falsa articulação
Osteotomia: fratura cirurgica planejada
Artrodese: consolidação óssea que ocorre em uma articulação; geralmente planejada

Principais objetivos: 

Restaurar a função mecânica do osso, para suportar peso e proporcionar movimento à articulação.
E evitar as complicações que podem acompanhar a lesão músculo esquelética.


Tratamento :

Imobilização: gesso, tala ou enfaixamento
Depois da retirada da imobilização: na fase aguda; crioterapia, alongamento, mobilização, tens, laser, turbilhão “gelado”
Fase subaguda-crônica; carga no membro afetado, fortalecimento muscular, crioterapia, tens, turbilhão “aquecido/gelado”, alongamento


Tratamento cirúrgico:

É feito com placas e parafusos, caso o tratamento conservador não resolver.

Fixação interna; haste intramedular, parafusos de transfixação, placas metálicas e fios para manter os fragmentos dos ossos unidos . Podem ter restrições de suporte de carga enquanto a fratura estiver em fase de consolidação.
Fixação externa; usada uma armação externa ao corpo com pinos entrendo no osso através da pele, mantendo imobilizado os fragementos do osso danificado. 

Reparo de fraturas:

Fase de indução: inicia-se com ruptura da rede vascular e com acúmulo de sangue que se interpõe e envolve os fragmentos ósseos separados
Fase inflamatória: caracteriza-se plea presença de exsudato serofibrinoso e pela liberação de pirógenos angiogênicos pelos tecidos necróticos. Infiltração de leucócitos polimorfonucleares, monócitos, macrófagos e mastócitos, os osteoclastos neoformados iniciam a reabsorção do tecido ósseo necrótico, vasodilatação e hiperemia dos tecidos moles circunjacentes
Proliferação periosteal e endoteal: dura de 2 a 12 dias após a fratura, evolução de qualquer dano tecidual e decorre da proliferação e estimulação de células mesenquimais multipotenciais, tem a função de organização dos tecidos e das estruturas, ou seja, revascularização (proliferação endotelial) e a neoformação de fibras conjuntivas, progredindo a infiltração de células mononucleares, principalmente linfócitos e monócitos que incrementam as papulações de histiócitos e de osteoclastos
Estágio de calo ósseo: calo mole; após a primeira semana de fratura e pode durar vários meses, caracteriza-se pela presença abundante de tecido conjuntivo fibroso e pela diferenciação de osteoblastos e condroblastos. Os osteoblastos depositam a matriz osteóide, formando o tecido oseóide interno (na medula óssea) e externamente (na superficie), há formação de tecido cartilaginoso que prolifera e matura, tornando-se apto a calcificar-se e a sofrer um processo de ossificação (endocondral).
Calo duro; inicia-se após a primeira semana de fratura e se prolonga por vários meses sube=sequentes, o tecido ósseo formado é imaturo e a distribuição das fibras conjuntivas é irregular e aleatória, o calo formado é denominado calo ósseo primário
Estágio de remodelação: fase que dura meses ou anos, caracteriza-se pela substituição do tecido ósseo imaturo por tecido ósseo maturo (tecido ósseo lamelar), há regularidade na distribuição das fibras da matriz e osteócitos, tendendo a seguir a orienteção da linhas de força, decorre da intensa atividade osteoclástica (absorção do tecido imaturo) e osteoblástica (deposição de osso)
Tempo de consolidação: fatores de influência; aspecto mecânico = estabilidade, aspecto biológico = vascularização

Variéveis locais: 
Intensidade do trauma
Grau de perda óssea
Tipo de osso comprometido
Tipo de imabilização
Fratura intra-articular
Malignadade local

Variáveis sistêmicas: 
Idade
Exercícios físicos
Solicitação mecânica
Influência hormonal


Complicações:

Retardo de consolidação
Interrupção do crescimento
Lesão nervosa
Lesão vascular
Lesões tendinosas
Lesão visceral
Artrite pós-traumática
Embolia gordurosa


Fisioterapia:

TENS
Ultra som pulsado
Crioterapia
Alongamento
Estabilização
Fortalecimento muscular
Propriocepção
Laser
Mobilização
Turbilhão
Parafina


Fraturas mais frequentes:

Em crianças; 
Terço distal do antebraço (radio/ulna)
Tíbia

Adultos:
Fêmur
Úmero

Referências bibliográficas:

Livro:
Ortopedia para fisioterapeutas, Marian tidwell

Exercícios Aquáticos terapêuticos, Andrea Bates, B. SC., P.E.  Norm Hanson, B. Sc., P.T. Kelowna, Colúmbia Britânica Canadá

Sites:
www.anfisio.blogspot.com

Artigo:
Fratura da diáfise da tíbia em crianças, Acta Ortop Bras. 2010; 18(1):44-8 Cláudio Santili , Caetano Maria de Oliveira Gomes , Miguel Akkari , Gilberto Waisberg ,
Susana dos Reis Braga , Wilson Lino Junior , Fabrício Guimarães Santos


MENISCO

São estruturas de tecido fibrocartilaginoso circulares, de formato semi circular, em forma de meia-lua. Existem dois em cada joelho, um na parte interna (menisco medial), e outro na parte externa (menisco lateral), localizados entre o fêmur e a tíbia, sendo o medial mais propicio a lesões que o lateral.
Tendo como função nutrir a cartilagem articular, auxiliar na distribuição do liquido sinovial e amortecer impactos.

Geralmente são relacionadas à entorses do joelho, ou até mesmo traumas, sendo mais freqüentes nas praticas esportivas. Por vezes, podem apresentar alterações degenerativas, sendo comum em idosos, fragilizando sua estrutura, ficando assim susceptível  à lesões ocasionadas por entorses mais leves.

Lesões:
Quando medial lesionado, geralmente é em razão de um golpe no aspecto lateral do joelho, rompendo assim o ligamento colateral primeiro, pois esta ligado à ele. Forças de compressão e rotação também são causas para lesionar.
Quando lateral lesionado, geralmente por uma hiperflexão forçada, fazendo com que o menisco seja pinçado entre o fêmur e a tíbia.

Os tipos de lesão, variam quanto à sua localização e estabilidade e são divididos em :

Longitudinal: conhecida como alça de balde, geralmente causada à uma força de torção sobre o joelho fletido ou semi fletido, tendo limitação e bloqueio para a extensão, na hora paciente sente dores na região ântero medial do joelho.

Traumáticas: são decorrentes de traumas rotacionais ou axiais, geralmente por falta de instabilidade que fraturam a estrutura meniscal, com frequência de derrames, dificuldade para subir e descer escadas, os bloqueios são raros.

Degenerativa: são consequentes de processos degenerativos articulares decorrentes do envelhecimento, sequelas traumáticas ou inlfamatórias, ou seja, desgaste por hiperuso, torções repetitivas do joelho ou mau alinhamento do mesmo. Geralmente noturnos, frequentemente com derrame, associadas a lesões condrais, posição flexão prolongada é dolorosa, com falseio e bloqueio. 

Congênitas: ocorrem em meniscos congenitamente mal formados, como por exemplo o menisco discóide (ocorre exclussivamente no lateral, com uma estrutura muito espessa nas suas bordas e uma parte central fina que se movimenta em formas de ondas quando o joelho faz flexoentensão). Em geral um movimento da vida diária leva a sintomas que sugerem lesão meniscal traumática, demonstrando uma patogia prévia. Sendo raras nos mediais.

Bico-de-papagaio: descrita por Smillie, sendo uma lesão peculiar e bastante encontrada no menisco lateral, associada a uma lesão horizontal com uma transversal, sendo as horizontais mais comuns. Elas advêm da própria estrutura e organização das fibras colágenas horizontais que permeiam os 2/3 externos do menisco sob ação do componente cinemático de fricção sobre a sua superfície e da maior mobilidade fisiológica do menisco lateral.
Lesões transversas ou radiais: são mais encontradas na borda livre do menisco lateral, podendo-se estender até o meio do menisco, tem suporte anátomo-patológico na presença de fibras de colágeno que ocorrem transversalmente, é mais frequente no terço médio do menisco e pode evoluir para lesões mais complexas com frequência de traumas.
Lesões intersticiais: existem na intimidade dos meniscos e que passaram a ter comprovação mais definida após os exames com a ressonância magnética. O trauma  provoca um foco de mucina, que é hipocelular, condrócito deficiente e com produção de mucopolissacárides, que elevam a intensidade do sinal da RM. 
Lesão cística do menisco lateral:  uma lesão complexa, de características horizontal e radial, com componente degenerativo; acomete o menisco na sua parte média e através de um foco do tecido degenerado ou de um pertuito; permite o transvazamento de massa degenerativa e de líquido sinovial para a periferia do menisco, formando um cisto.
Quanto a localização temos:
 - Zona vermelha – periferia do menisco próximo da cápsula ( localizado 0-3 mm na junção meniscocapsular melhor prognóstico para a cura após o reparo meniscal ) 
- Zona branca - localizado na zona completamente avascular (> 5 mm a partir da junção meniscocapsular, nenhuma fonte de sangue, teoricamente, não pode curar após o reparo meniscal ) 
- Zona vermelha-branca - localizado na borda meniscal através da zona periférica (3-5 mm da junção meniscocapsular, tem um suprimento de sangue periférico ativa, parte central da lesão é desprovido de suprimento de sangue) . 
Sintomas:

estalo na hora da lesão
dor  na articulação
edema
limitação a flexão/extensão
paciente tem a sensação de “prendendo”

Áreas afetadas:

meniscos (medial/lateral)
cápsula articular
ligamentos (colateral lateral/colateral medial, cruzado posterior/anterior)
principais músculos; quadríceps, isquiotibiais, gastrocnêmios 

Diagnóstico:

dor a palpação na linha da articulação
ressonância nuclear magnética

Tratamento:
Baseado no tipo e localização da lesão, sendo aplicado como conservador, com fisioterapia, uso de analgésicos/antiflamatórios (mais comum em idosos com alterações degenerativas) e cirúrgico (realizado por videoartroscopia para ressecção da área lesada ou sutura da mesma).As mais utilizadas são artroscopias e as suturas dos meniscos

Objetivo; restaurar amplitude de movimento e fortalecer músculos afetados

Conservador:

Objetivos:
Diminuir edema;
Diminuir quadro álgico;
Aumentar o retorno sangüíneo e linfático;
Prevenir hipotrofia muscular;
Aumentar força, estabilidade dinâmica e resistência;
Promover relaxamento;
Ganhar arco de movimento articular;
Dar boas condições físicas e psicológicas ao possível processo cirúrgico.

Pré-cinético:
Infravermelho;
Crioterapia  + drenagem postural;
Ultra-som;
TENS;
Isometria (quadríceps e ísquios);
Mobilização patelar.

Capacidade funcional:
Alongamento de MMII;
Fortalecimento muscular (cadeia cinética aberta e fechada).

Fase final:
propriocepção;
hidroterapia.


Pré-cinético:
Uso de muleta e estabilizador (3 a 6 semanas);
Crioterapia  + drenagem postural;
TENS;
Isometria (quadríceps e ísquios);
Mobilização patelar;

Cinesioterapia:
Alongamento (adutores/abdutores/quadríceps/ísquios/psoas)
Reeducação da marcha;
Fortalecimento muscular dos estabilizadores (ergométrica/subir e descer escada)
Bola suíça;
Propriocepção;
Hidroterapia.

Complicações:
Rigidez articular;
Infecção;
Instabilidade persistente;
Aderência.


Referência Bibliográfica:

Traumatologia do esporte – Kaempf  www.gustavokaempf.com.br

Lesões meniscais Dr. Wander E. de Brito – www.grupodejoelho.com.br

Joelho lesão meniscal Fisioweb – www.wgate.com.br/fisioweb


Artigo Científico:

Lesão Meniscal por Fadiga - Acta ortop. bras. vol.17 no.1 São Paulo 2009



CAPSULITE   ADESIVA

Caracteriza-se por uma inflamação e contratura de toda a capsula articular ocasionando dor, rigidez e restrição do ombro, tendo dificuldade para elevar o braço e colocar mão atrás das costas. Geralmente afetam o sexo feminino com idade entre 40 a 60 anos.
É uma síndrome dolorosa mais conhecida como ombro congelado. O ombro é constituído por:
Cinco articulações; glenoumeral, acrômioclavicular, esternoclavicular, subacromial, escapulotorácica ;

Alguns músculos; subscapular, supra-espinhal, infra-espinhal, redondo menor, coracobraquial, deltóide, bíceps, tríceps, trapézio, grande dorsal, serrátil anterior, rombóides, peitoral menor, elevador da escápula, peitorais;

 Duas bursas; subacromial e subdeltoidea;

Três ossos; clavícula, úmero e escápula, que possui 4 grupos de movimentos; no plano sagital; flexão, extensão e hiperextensão, no plano frontal; abdução e adução,  no plano transverso; rotação medial e rotação lateral, abdução horizontal, adução horizontal e circundação;

Alguns ligamentos; esternoclavicular anterior/posterior, interclavicular, costoclavicular, acrômioclavicular, coracoclavicular, coracoacromial, transverso superior, córaco umeral, glenoumerais superior/médio/inferior, transverso do úmero;

 Cápsula articular; é uma membrana conjuntiva fibrosa (externa) e sinovial (interna) envolve a articulação sinovial como um manguito.

AÇÃO                                                                MÚSCULOS
Flexão.............................................................Deltóide anterior / Peitoral maior (clavicular) /Coracobraquial
Extensão .............................................................Deltóide posterior / Peitoral maior (esternal) / Grande
dorsal .......................................................................Abdução  Deltóide médio / supra-espinhoso
Adução ................................................................Redondo maior e menor / Peitoral maior (esternal) /
                                                                                      Grande dorsal / Coracobraquial
Abdução Horizontal....................................................Deltóide médio e posterior / Infra-espinhoso /                      
                                                                                              Redondo menor
Adução Horizontal ....................................................Peitoral maior (clavicular e esternal) / Coracobraquial
Rotação medial .................................................Subescapular / Grande dorsal / Redondo maior / *Peitoral
                                                                                     maior (clavicular) / *Deltóide anterior
Rotação lateral........................................................Infra-espinhoso / Redondo menor / *Supra-espinhoso /
                                                                                             Deltóide posterior

Embora essa síndrome não haja uma causa exata conhecida, é frequentemente secundária a um problema agudo, podendo ocorrer após um período de imobilização (exmplo uma fratura), após lesões por estresse repetitivo, ou por razão não aparente.

 Patologia:
Ocorrem lesões intra-articulares que se desenvolvem na cápsula articular da glenóide, onde ela se encontra enrijecida, espessa, inelástica e friável, ocasionando perda de movimentos passivos e ativos na articulação glenoumeral.
Causas:
Afecções degenerativas da coluna cervical ou radiculopatia
Síndrome do impingimento subacromial
Artrite acromioclavicular
Bursite pós-traumática
Sinuvite inflamatória do ombro
Pós-operatório; ombro, mama ou torácica
Doenças metabólicas e endócrinas; Bridgman (1972) identificou um significativo aumento de capsulite adesiva em pacientes com diabetes, principalmente nos insulino dependentes
Taxa elevada de triglicerídeos
Osteoartrose; consiste um desgaste da capsula articular
Lesão do manguito rotador; consiste numa lesão de músculos responsáveis dos movimentos do ombro
Tendinite calcarea ; formação de depósitos de cálcio no ombro que podem ocasionar crises agudas de dor de forte intensidade associado com limitação d ombro

Sinais e sintomas:
•dor
•enrijecimento
•dificuldade nas AVD’s (exemplo; pentear o cabelo)
•aderências
•bloqueio acima da elevação de 90°
Diagnóstico:
Realizado através de um exame físico detalhado de todas as articulações do ombro. Se houver dúvidas, deve-se solicitar avaliação de profissional da área envolvida (endocrinologista, neurologista, clinico e outros) . A radiografia apenas mostrará algumas consequências que se assemelham com a síndrome.

Tratamentos

Medicamentoso: analgésicos e anti inflamatórios.

Fisioterapia: alivio de dor e edema, restauração da amplitude de movimento e função e fortalecimento muscular.
Cirurgia: feita de videoartroscopia, sendo feito uma limpeza da inflamação para a melhora de dor e liberação de aderências da cápsula articular para a melhora do movimento.

Evolução em três fases:
1ª  fase; conhecida como aguda ou hiperálgica, com duração de 3 a 4 meses, com dor intensa, principalmente a noite perturbando o sono, agravando com movimento independente de posição e assim perdendo rapidamente sua amplitude de movimento.
2ª fase; conhecida como enrijecimento ou congelamento, há redução de intensidade da dor, porém persiste noturno, rigidez articular e bloqueio da abdução e rotações internas/externas podendo durar de 7 a 10 meses.
3ª fase; conhecida como descongelamento, ou seja, a liberação progressiva dos movimentos com o ganho de amplitude , geralmente com duração de 12 a 24 meses.

Fisioterapia no solo:
•ultra som pulsado
•crioterapia
•corrente diadinâmica
•tens
•cinesioterapia (exercícios assistidos, pendulares e ativos livres)
•mobilizações

Objetivos:
•amenizar dor
•restaurar a amplitude de movimento
•fortalecimento muscular (bíceps, trapézio, tríceps, deltoide, entre outros)

Benefícios da Hidroterapia:
Exercícios em piscinas térmicas devido as propriedades físicas da água (a temperatura da água pode produzir mudanças significativas no sistema circulatório, ou seja, o sangue é redistribuído, causando o aumento do retorno venoso ).
•Relaxamento muscular; reduz a tensão muscular e reduz restrição articular.
•Redução da dor; a água aquecida, faz com que o paciente se sinta confortável , com diminuição do peso corporal e assim reduzindo as compressões articulares.
•Redução dos espasmos musculares; com a temperatura acima de 35° C (95°F), inicia-se o aumento da temperatura corporal em relação a temperatura central, provocando a redução de tônus muscular anormal e espasticidade.

Com isso temos:
•A confiança do paciente
•O relaxamento muscular
•Alongamento muscular
•A redução da contratura muscular
•A redução da dor
•A redução do espasmo muscular
•Fortalecimento muscular; (deltoide, redondo menor, supra espinhoso, infra espinhoso, sub escapular, trapézio, bíceps, tríceps)
•Facilita o movimento articular; abdução do ombro
•Impedir a perda funcional do membro
•Aumento da amplitude de movimento

Contra-indicações:
•Febre alta
•Feridas abertas
•Doença infecciosa
•Pressão arterial descontrolada
•História de convulsões não controladas
•Doença cardiovascular grave


Alongamentos:
Fase inicial – com muita cautela         1.
 2.                           3 4.  5.
1. Cruzado a frente; para os músculos: trapézio, rombóide, infra espinhal, redondo menor/maior, deltoide posterior.
2. Encolher os ombros; trapézio, romboides, elevador da escápula e grande dorsal.
3. Rolamento do ombro; trapézio, elevador da escápula, romboides, peitoral, grande dorsal e serrátil anterior.
4. Alongamento peitoral; peitorais, romboides, trapézio e deltoide.
5. Abraço; trapézio, romboide, infra espinhal, redondo menor/maior.

Fortalecimento:
1. Abdução e adução com resistência; adução: peitoral maior, grande dorsal, redondo maior, cabeça curta do bíceps braquial e do tríceps braquial, abdução: deltoide medial, supra espinhal,  deltoide anterior e tríceps braquial.
2. Abdução e adução horizontal com resistência; abdução: deltoide medial e posterior, infra espinhal, redondo menor/maior, grande dorsal, adução: deltoide anterior, peitoral maior/menor e bíceps braquial.

Fase mais avançada:
1. Toque de cotovelo; trapézio, romboides, deltoide posterior e peitorais.
2. Puxada acima da cabeça; grande dorsal, peitoral, redondo maior e tríceps.
3. Puxada para trás por trás das costas; peitoral menor, deltoide anterior e bíceps.
4. Extensão do ombro com bastão; grande dorsal, redondo maior, tríceps e deltoide posterior.
5. Abdução do ombro com bastão; deltoide medial/anterior, supra espinhal e tríceps.
6. Rotação externa com bastão; grande dorsal, subescapular, peitoral maior, redondo maior/menor, infra espinhal, deltoide e bíceps.

Fortalecimento
1. Extensão com resistência; grande dorsal, redondo maior, tríceps braquial e deltoide posterior.
2. Flexão com resistência; deltoide anterior, peitoral menor, bíceps braquial e coracobraquial.
3. Abdução e adução horizontal com resistência; deltoide, peitoral, infra espinhal, redondo menor/maior, coracobraquial, grande dorsal e bíceps braquial.
4. Remada para cima; trapézio, deltoide anterior e bíceps braquial.
5. Rotação interna e externa com resistência; interna: subescapular, redondo maior, deltoide anterior, peitoral menor, bíceps braquial, externa: infra espinhal, redondo menor e deltoide posterior.
6. Remada; grande dorsal, romboide, trapézio e deltoide posterior.
7. Puxada lateral de braços; deltoide medial/anterior, supra espinhal e tríceps braquial.

 Relaxamento
•10 a 15 minutos de decúbito dorsal, com “espaguete” (flutuador), na região poplítea, cervical e dorsal.
•10 a 15 minutos com a região no turbilhão.
Conclusão:
Com exercícios aquáticos para pacientes com capsulite adesiva, temos uma resposta positiva, pois apenas com a temperatura da água, já conseguimos o relaxamento da contratura e a autoconfiança do paciente, fazendo com que consigamos ganhar nossos outros objetivos.

Referencias Bibliográficas
Exercícios Aquáticos Terapêuticos, Andrea Bates, B. Sc., P.E.  Norm Hanson, B. Sc., P.T.  A.E.T. Consultoria Kelowna, Colúmbia Britânica Canadá
Sergio da C. Neves Jr. Pós – Graduado em Musculação e Treinamento de Força – UGF (Brasília). Roberto Simão Mestre em Educação Física – UGF Professor da graduação e Pós Graduação da UGF (Universidade Gama Filho) www.portalsaudebrasil.com
Capsulite Adesiva – www.ossosdooficio.com.br
Capsulite Adesiva (“ombro congelado”) Abordagem multidisciplinar OSVANDRÉ LECH, GUILHERME SUDBRACK, CESAR VALENZUELA NETO  Revista Brasileira Ortopédica – vol. 28, Nº 9 – setembro 1993
Capsulite Adesiva ARNALDO AMADO FERREIRA FILHO Revista Brasileira Ortopédica 2005;40(10):565-74
Hidroterapia: aplicabilidades clinicas, Maria Cristina Biasoli, Christiane Márcia Cassiano Machado – www.portalbiocursos.com.br